Eu e o Pedro nos conhecemos em meados de maio de 2007. Participávamos de uma comunidade no Orkut sobre a série LOST. Sempre comentávamos na comunidade, mas nunca havíamos conversado, até que uma amiga em comum fez as honras e evoluímos de não falar nada, para “oi”.
Um dia, tive meu Orkut invadido por indianos! Todos querendo ser meus amigos! God knows why… mas o fato é que eu mandei um scrap para o Pedro (acho que foi a primeira pessoa que vi online na minha lista) perguntando “Tem indianos invadindo seu Orkut também?”, e ele: “Por quê? Estão te incomodando?”. Eu rapidamente respondi “Sim”, e então ele me disse “Pegue um caminhão e passe por cima deles!” – sempre muito paciente – e eu, ao mesmo tempo, disse “Vou pegar um caminhão e passar por cima deles!”. E foi por meio desse diálogo LOUCO que tudo começou.
Depois de trocar mais de 30 scraps pelo Orkut, tivemos a brilhante ideia de trocar MSNs – bem espertos, né? A questão é que a conversa fluiu desde o Orkut e nós éramos capazes de passar horas conversando sobre besteiras (que às vezes só nós dois entendíamos). Aliás, a primeira conversa pelo MSN durou 8 horas. Se havia algum conteúdo nessa conversa? Só Deus sabe! Tudo que sei é que eu morria de rir (ainda morro). Parecia que eu o conhecia há séculos. Se eu acreditasse em outras vidas, diria que a única explicação plausível para aquilo seria uma outra vida. A questão é que eu contava as horas para conversar com ele, era o melhor momento do meu dia. Já estávamos viciados na companhia um do outro. Falávamos sobre tudo: “as últimas do esporte, hora certa, crime e religião”, diriam Os Engenheiros do Hawaii.
Desde o primeiro scrap, em que falamos o lance de passar o caminhão em cima dos indianos, temos essa coisa louca de falar a mesma coisa ao mesmo tempo. Desde quando não namorávamos até os dias de hoje, toda vez que falamos a mesma coisa colocamos “primeiraaaaaaaa” no MSN. Significa que é a primeira vez que falamos a mesma coisa ao mesmo tempo, mas aí vêm as “segundaaaaaa”, “terceiraaaaa”, etc. Sempre foi assim, super estranho…
Primeiro ele foi meu melhor amigo, que parecia que eu conhecia há décadas, mas, depois de uma semana, eu já tinha a absoluta certeza de que ele era o homem da minha vida. Pena que ele não tinha tanta certeza assim… Eu sou de Brasília, ele, de São Paulo. 1º ponto contra. Eu tinha um namorado, que não tinha nada a ver comigo e não me fazia feliz, mas, still… Eu era comprometida; o 2º ponto contra. E todas as outras improbabilidades que o namoro à distância traz. Mas eu nem ligava pra isso, só queria saber de estar com ele, eu tinha certeza que era ele.
Depois de um tempo, terminei meu namoro, que já nem existia mais. Eu e Pedro nos falávamos todos os dias, agora pela webcam. E no dia 19 de dezembro, 6 meses depois, ele conseguiu se declarar (na verdade, eu dei um gelo nele e sumi do MSN, aprendam! Homens adoram situações difíceis! haha). Nesse dia, eu liguei pra ele e ele disse que me amava (oi?). Tentei dormir, ainda achando que eu tinha entendido errado e ele tinha na verdade dito: “te chamo” “te clamo” “te reclamo”, sei lá, qualquer coisa menos “te amo”.
Mas, no outro dia, descobri que aquilo era verdade, que ele realmente me amava e que estava disposto a enfrentar tudo para a gente ficar junto.
E quem disse que não é pra dar certo?!
Oficializamos o namoro em fevereiro de 2008, quando fui pra SP, e estamos juntos até hoje. Namorar à distância é difícil? Um pouco… Sentimos falta um do outro, nos vemos uma vez por mês, mas nunca fizemos disso um fardo, “oh meu Deus, não posso ter você todo dia! Que mundo cruel!” Na verdade, é bem gostoso se encontrar depois, matar as saudades. Não somos nem ciumentos e nem possessivos, mas sou um pouco mais ciumenta, mas não possessiva (culpada, confesso). Só que confiança sempre esteve acima de tudo, é por isso que deu certo e é por isso que está dando certo.
Nos casamos em abril do ano que vem. Os preparativos estão a mil, quase tudo fechado. Ele vem morar aqui e nós vamos, finalmente, dizer que nosso conto de fadas dos tempos modernos teve, ou melhor, sempre terá um final feliz. E eu Pedrovisky somos “feitos um pro outro, feitos pra durar, uma luz que não produz sombra…” =)